Centro Espirita Gospel Loucuras de meu Deus

Vivemos num mundo onde tudo é tão efêmero. Onde a corrida por nossos sonhos, amores, conquistas não pode parar em momento algum. E quando a vida nos pega de surpresa, ou vemos que sozinhos não temos a condição de atingir nossos objetivos, apelamos para a busca do espiritual.

Buscamos num mundo que não o nosso, a volta do ser amado, ou a aparição dele. Prosperidade, emprego bom, saúde, cura, a derrota de quem nos magoa, e muitas outras coisas.

E o mundo espiritual nos proporciona essa possibilidade. E isso podemos notar pelos milhões de cartazes com suas soluções espirituais espalhados em nossa cidade.

Costumamos atribuir ao candomblé, ou macumba pros intimos, a face de satanás, o adversário, onde seus seguidores ao negociar com espiritos das trevas favores que possam os beneficiar, em troca de pactos, oferendas, e muitas outras coisas que possam saciar a sede destes demônios, pensaria um crente.

Vade retro, macumba!

E com esse pensamento, noto que é alimentado uma mentalidade de que o diabo, a macumba é um lado da moeda, e Deus outro. Onde Deus é vitorioso numa batalha ferrenha contra o mal. Afinal, nosso Deus é o maior de todos! Oh Gloria!

E lanço o questionamento: Não seria isso transformar Deus num ídolo? Colocar Deus num pacote " visível" de forma que pudéssemos comparar Deus a outros deuses de igual pra igual? " Meu pai é melhor que o seu!". Nos esquecemos de como Deus se revelou a Moisés, e de sua compreensão de que é impossível descrever alguem que se denomina : EU SOU.
Esquecemos que todas as coisas são criadas por Ele e para Ele, que nada existe sem Ele. E como exemplifica o Ed Rene, é como a água pro peixe. O peixe não consegue viver sem a agua. Em tudo que faz está inserido. e para ver a água, ele teria que se afastar do plano que se encontra. E fora dela ele não vive. É um cadáver.

Então como poderíamos comparar Deus com diabo e seus ardis? Não seria isso transformar Deus numa imagem? Num ídolo? Isso não é pecado?

Nos regozijamos de sermos livres, de não precisarmos matar galinha, fazer oferenda de madrugada, ou sentar numa mesa espírita ou sofrer alguma retaliação de espíritos obcessores, mas nos prendemos a ir todo domingo ao culto, pra não perder bençãos, a orar mais, pra não ficar a mercÊ ou da ira de Deus ou vulnerável ao diabo, a dizimar para não ser atacado pelo devorador, a ofertar pra poder receber favor de Deus....

Isso não seria uma macumba gospel? A folha de São Paulo semana passada escreveu uma matéria dizendo que nunca o evangelho esteve tão pagão. Será que estão errados?

Será que esquecemos da Graça? E achamos que por jejuar atrairemos o olhar de Deus? " Ei Deus, acorde! Olha pra mim, to fraquinho, fraquinho! Me abençoa!" " Senhor, vou pro monte pra ver se fico mais perto de ti! Estou ansiando um encontro sobrenatural, senão não sentirei sua presença!". E quando não nos pegamos chorando ou em extase, acreditamos que Deus não ficou feliz com nosso sacrifício, que Ele continua no seu alto trono, sentado, inerte, e somos tomados pelo vazio e a decepção.

Será que esquecemos, que Cristo ao fazer parte de nossa vida se torna um conosco? Que nossa vida se torna um culto, e por isso Paulo nos diz para sermos racionais? Para não vivermos embriagados, numa vida sem sentido, olhando só pra nossos próprios interesses, masquinharias, vícios , e sim, para nos embriagarmos do Espírito Santo e isso é algo a ser feito diariamente? Sim, você presta culto quando está no templo, e quando está olhando pra bunda (ops, região glútea) da moça que passou ou falando mal de alguém! Sim! É um culto, um péssimo culto muitas vezes que prestamos, mas que tenhamos em mente, que quer comamos ou bebamos, que seja pra Glória de Deus.

Será que esquecemos que o que deve nos compelir a orar mais, ler mais a bíblia, ajudar o próximo, participar dos eventos da igreja, jejuar, é o amor? E confesso que já esqueci várias vezes e fiz tudo isso como se fosse uma forma de fechar meu corpo, contra opressões malignas. E não por que quero saber mais e mais e experimentar mais e mais do que é ser um agente/herdeiro do Reino dos céus, adorador de um Deus supremo e maravilhoso que não poupo seu único Filho para me salvar.

Então encerro propondo que passemos a experimentar o relacionamento com Deus, através do relacionamento com o próximo. Vamos parar de buscar formas ou meios de sentirmos algo, que julgamos ser de Deus. Vamos ser como Jesus que adorou a Deus e ensinou de Deus através do relacionamento com o próximo. A fé não é sentimento, nem percepções. A fé é fé. É ela que nos dá a certeza e que somos salvos, e cuidados por um Deus que não esquece nem dos passarinhos.

Vamos nos unir. E como um só, em nome de Jesus, as portas do inferno não prevalecerão contra nós.

Tenho muito mais texto pra falar. Mas pra não ser chato, e já to cansado, fiquem com esse ae. Taquem pedra nos comentários.