A polêmica aberta pelo Douglas me fez escrever este post já que a área de comentários ficaria pequena..ehehehehe... Ah sim... Matheus, o post é grande mas leia até o final!!!
Primeiro, vamos entender a expressão “ venha como estás”, pois acho que ela não é aplicável a discussão sobre o tipo de roupa usar ou não na igreja.
Mesmo com a Bíblia on line, não achei esta expressão com todas as letras na Bíblia, logo trata-se de um conceito obtido pela interpretação dos textos e que precisa ser compreendido por uma análise mais profunda.
Dentro do contexto que consigo depreender da Bíblia, esta frase nos mostra que:
1) Não há outro modo de o homem se purificar se não através de Jesus Cristo. Não há como alguém que esteja mergulhado no pecado consiga alcançar a santidade sem aceitar Jesus em seu coração, logo independentemente do pecado da pessoa, do seu estado moral ou físico ela deve procurar diretamente e imediatamente a Cristo, ou seja, deve vir “como está”.
2) Não há intermediários na nossa relação com Cristo. Não há a necessidade de
uma intermediação de um processo de purificação através de ritos de um determinado grupo, ou a execução de atos de sacrifício em determinado local sagrado. Além de um coração contrito e da consciência do individuo, nada nos impede de procurar o socorro de Cristo. Logo a pessoa deve vir “como está”, suja, despreparada e sem esperança, se a menor vergonha do seu estado.
3) O convite de Deus ao homem através do seu filho Jesus Cristo é universal, abertos a todos os povos, tribos e raças. Todos devem vir “como estão”.
A expressão traz consigo então um senso de urgência, uma constatação de que a vida humana é muito frágil e fugaz e de que não devemos perder a oportunidade de alcançar a Cristo o mais rápido possível sob o risco de escorregar numa casca de banana e acordar no inferno.
Num sentido mais prático, a igreja exerce esta postura quando acolhe mendigos, travestis, prostitutas, alcoólatras e drogados no seu estado mais miserável, nas roupas mais chocantes ou maltrapilhas, atendendo a estas pessoas “como estão”.
Outro ponto, é quanto a nossa relação pessoal com Deus. É óbvio que esta relação não é regida pelas vestimentas que usamos, afinal Deus conhece profundamente a nossa alma. Não nos esqueçamos que Adão e Eva andavam nus, e imagino que Deus em seus passeios pelo Éden conversava pessoalmente com eles sem se preocupar com o fato de estarem nus.
Assim sendo, nossa relação pessoal com Deus não depende do lugar, hora ou roupa que estejamos usando. Mas insisto, nossa relação pessoal. Você e Deus e mais ninguém.
Agora, no sentido contrário temos a nossa relação comunitária com Deus. Ou seja, a maneira como nos relacionamos com Deus quando estamos reunidos em seu nome.
Esta relação é estabelecida prioritariamente sobre os preceitos bíblicos, mas também sobre os preceitos da sociedade onde a comunidade cristã está estabelecida. Usos e costumes, quando não entram em contradição com a palavra de Deus, influenciam nesta relação e é importante que atentemos para estes. Este assunto, aliás, já foi discutido em outro post (http://unijovempibf.blogspot.com/2009/07/ja-comecou-o-douglas-polemizando-com-o.html).
Estes dois aspectos da vida Cristã se relacionam intimamente, pois como Jesus deixou bem claro em sua palavra, a fé deve também ter um sentido prático através das nossas obras, as quais serão testemunho do nosso compromisso com Deus (ver Mateus 5:15).
Ou seja, a igreja como instituição é a expressão comunitária e pública da nossa relação pessoal com Deus.
Esta instituição no seu aspecto mais secular estabelece e obedece leis, usos e costumes que regulam a convivência de seus membros e sua relação com a sociedade.
Verificamos que esta sociedade estabelece que em locais ou cerimônias específicas são necessárias a reverência e a contrição para que o sentido da referida ocasião seja entendido, alcançado em sua plenitude.
Por exemplo, cerimônias fúnebres, homenagens, premiações e outras cerimônias oficiais, como por exemplo, o tão falado encontro com o presidente da república. Nos locais onde estas reuniões ocorrem exige-se um formalismo inclusive no vestuário, pois uma roupa mais formal, demonstra publicamente o respeito do individuo pelo significado especial daquele evento.
Ora, se a sociedade não cristã entende a necessidade de formalismo para suas reuniões, por que não devem os cristãos agir da mesma maneira? Notem que é curioso o fato de que o formalismo secular é uma herança adquirida justamente a partir do formalismo das cerimônias religiosas. No velho testamento (cerimônias do antigo judaísmo) e também no novo testamento (ceia estabelecida por Jesus), vemos que há uma ordem, uma necessidade de contrição e de reverência (lembrem-se que é tudo “em nome de Jesus”) .
Fica então fácil entender por que tradicionalmente a igreja entendeu que há sim, um padrão de vestimenta adequada para suas reuniões. Espera-se que os indivíduos mostrem reverência através de roupas sóbrias e adequadas a uma reunião religiosa, pois o objetivo desta reunião não é a glorificação do individuo, mas sim a Deus.
Portanto a sobriedade é necessária no lugar de roupas que chamem muito a atenção, seja devido a por exemplo, cores berrantes ou então a sensualidade.
É obvio que os padrões vão se alterando com o passar dos anos, entretanto acredito que dentro da igreja há um relaxamento maior justamente por que as pessoas confundem a sua relação pessoal com Deus com sua relação comunitária.
Mas o que eu espero? Que todos usem terno e gravata na igreja e as mulheres usem burquas? Obvio que não. Mas nosso encontro semanal para louvor e glorificação a Deus deve ser um momento especial em nossas vidas, e em momentos especiais, usamos roupas especiais, as mais novas e mais bem cuidadas. Uma demonstração visual de quanto a nossa relação pessoal com Deus é especial para nossa vida.
Nem vou me aprofundar muito em quanto o tipo de vestimenta demonstra um novo estilo de vida, uma mudança uma conversão. Sim, para algumas pessoas, uma vestimenta mais sóbria serve para mostrar seu compromisso com Deus. Digo mais, se um mendigo se converte e continua maltrapilho, a falha está na igreja que o acolheu.
Concluindo, entendo que devemos sim, ter cuidado com as nossas vestimentas, cumprindo os códigos sociais que estabeleçam o quanto uma roupa é própria ou não para um evento tão importante nas nossas vidas como é o culto ao nosso Deus.
Há dezenas de outros eventos para estarmos descontraídos e relaxados, não podemos dedicar um mínimo de atenção e cuidado com o culto?
Implicitamente a própria igreja estabelece uma diferenciação, entre os cultos matutinos e vespertinos. Pela manhã, onde temos um culto mais “da igreja” usamos roupas mais leves, enquanto que a noite, nos cultos evangelísticos, quanto recebemos os nossos convidados, tentamos usar uma roupa mais “ arrumada”.
Afinal, qual a razão para ir mal vestido ou arrumado a um culto? Se sua melhor roupa for uma camisa gasta, ela será a adequada. Se você só tem um sapato velho, este é o sapato adequado. Sem querer seguir qualquer teologia da prosperidade, como iremos testemunhar que nosso Deus é um Deus de vitória se andamos mal vestidos e mal cuidados? Como vamos testemunhar que nossa igreja é um grupo de indivíduos que amam um aos outros se permitimos que hajam irmãos andando com roupas maltrapilhas?
UÉLLLL... tá dado o recado!
Mario
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Pessoal,
ResponderExcluirPara terminar esse debate de alguns "anos a fio", gostaria de deixar a seguinte palavra: AMOR.
Esse é o "caminho sobremodo excelente" que Jesus plantou nos nossos corações e temos que seguir... Ame! Se vc sabe que os maiores de 50 não gostarão de sua bermuda e vc já está maduro no amor, então vai de calça. Faz uma forcinha. Parafraseando o amado apóstolo Paulo (gosto dele mesmo, vou dar um abração nele no dia que o conhecer na glória, se der né?): "vc vai mesmo fazer tropeçar, por causa dessa sua roupa, o irmãozinho por quem Cristo tb morreu? Ah, pedala! seu tosco!"
PAZ!
Pois é...
ResponderExcluirEu levantei essa discussão apenas pelo fato de que essa é uma das coisas que fazem parte do pensamento engessado do que é ser religioso. Onde normas, costumes e etiqueta prevalecem sobre o amor em si.
E o bom-senso consiste exatamente nisso, você pensar no que você ta fazendo e no que você vai vestir. E ir a vontade é diferente de ir maltapilho (embora eu seja os 2)...
Bom está escrito.. em Mateus 7:20 que sintetiza essa discussão.
ResponderExcluir"Pelos frutos os conhecereis".
Bjs
Somente para complementar, uma vez q acho q Mário, Pedro e Doug já disseram tudo.
ResponderExcluirAdão e Eva andavam nus, enquanto perfeitos. Quando pecaram, passaram a se vestir de pele de animais. O que aconteceu? A maldade nos olhos deles, após o pecado.
Quero dizer, com isso, q certo, atualmente, seria se todo mundo andasse nu? Não, mas somente q todos somos falhos e q, por causa de nossas imperfeições físicas e mentais, precisamos de regras sociais q nos permitam interagir sem levarmos uns aos outros ao pecado (por amor, como já falado).
Raphael,
ResponderExcluircom a criatividade e o relativismos atuais daqui a pouco inventam o campo de nudismo gospel!!!
Mas uma coisa que pouca gente presta atenção é que as primeiras roupas form feitas por Deus para o homem e ao preço de derramamento de sangue pois eram de peles de animais. Ou seja, cumpriu-se imediatamente o que Deus falou sobre Terra ser maldita por conta do pecado de Adão!!!
Abs,
Mario
caraca Mário, levei 2 dias pra ler!
ResponderExcluirMandou bem, nada a acrescentar!
Só gostaria de dizer que JÁ EXISTE um grupo de naturistas "cristãos"!! Lí há muito tempo sobre uma praia de nudismo "Gospel"! Não percam seu tempo buscando essa notícia, eu lhes asseguro que não valerá a pena!rs...
Eta! Nem esperava levantar mais polêmica! Mas me passou pela cabeça q algum maluco já estivesse pensando em nudismo gospel... tem louco pra tudo.
ResponderExcluirMário, não era pra ser relativista, mas só lançar uma discussão e argumentação lógica do pq do q cremos (teólogos d plantão, não é essa a proposta da Teologia?). Só acho q esse negócio d pq Deus deu as roupas não justifica logicamente o fato d se ter q usar roupa, uma vez q Ele as deu justamente por causa da maldade do homem. Assim como Jesus fala q a dureza do coração do homem levou Moisés a dar a carta d divórcio não torna bom o divórcio. E, por fim, o fato da morte de Jesus na cruz nos salvar do pecado não torna boa a morte (de uma forma geral).
Ou seja (pegando o teu gancho e o do Rodrigo), provavelmente, um naturista argumentaria q o perfeito seria nem usar roupas (quanto mais discutir seu uso!). Mas há uma váriavel importante aí, q é q NÃO ESTAMOS EM UM MUNDO PERFEITO. Logo, as condições imperfeitas do mundo após o pecado levam, cada indivíduo, à necessidade de ter q cuidar para não ferir a consciência imperfeita do próximo, q vê maldade onde antes não havia.
Rafael, não tô dizendo que você é relativista, mas sim que o relativismo é uma praga do mundo atual e que não podemos deixar entrar na igreja.
ResponderExcluirÉ impressionante como pegou-se a teoria da relatividade de Einstein u usou a mesma como uma especie de cimento fílosófico para juntar algumas idéias de caras como Nietzche.
Crente naturista é crente que não lê a Bíblia, ou então, faz a interpretação do jeito que lhe satisfaz.
E eu tava gostando dessa ideia de campo de nudismo gospel.. :/
ResponderExcluirHahahahahahaahaha... esse Douglas...
ResponderExcluirImagina...ia ser fácil ver quando alguem estaria em pecado..
ResponderExcluirEnquanto isso na sala de justiça...
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